Allie, minha amiga.
Antes de mais nada peço-te que não entendas isto como uma carta, porque não é. Sabes, as cartas dão-me uma sensação de distância, de saudade e, por vezes, de angústia. Mas não é isso que eu sinto em relação em ti. Eu sinto orgulho, muito orgulho. Esse teu ar genuíno, que se reflectiu nas tuas atitudes, sempre me assegurou que eras a melhor pessoa que eu podia ter ao meu lado. Sempre. Quando cometias um erro, por mais insignificante que ele fosse, não descansavas enquanto não o remendasses.
Eras uma boa pessoa. Era no teu ombro que eu mais chorava; era contigo que eu mais ria; era contigo que eu mais discutia. Lembras-te das nossas discussões? Eram fantásticas. Deixavam-me triste e um tanto revoltada contigo mas pouco tempo depois, já estávamos a rir às gargalhadas das nossas coisas habituais.
Um dia, eu errei. E nunca cheguei a remendar o que fiz. Pedir-te perdão é pouco, muito pouco. Então, decidi escrever-te esta nota, de forma a nunca te esqueceres do amor que eu guardava e guardo por ti. Porque tu eras a minha melhor amiga. E eu sei que, no mundo, não há melhores amigas como tu.  Sei também que nunca vou conhecer uma pessoa que vai gostar tanto de mim, nunca.
Despeço-me com uma pergunta: porque é te foste embora assim, desta forma, e me deixaste sozinha, a chorar? 

Um beijo, da tua melhor amiga,
Ronnie.

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