A tua presença; o teu cheiro

“O meu corpo afeiçoou-se a ti, tal como a minha alma. Não te vou largar mais apartir de hoje.”

Há coisas que eu não consigo ver. Há coisas que eu tapo os olhos para não ter de sofrer mais, para não sentir saudades. Tu és uma delas. Não te consigo encarar, de forma alguma. Começo a sentir o coração apertado e às tantas já não estou cá. Morro ali, à tua frente. Morro de amor, de dor. Infelizmente, eu não sou a branca de neve e tu não és o meu principe, não me ressuscitas. A minha sorte é que minutos depois alguém me dá uma chapada e eu volto à realidade.
O que era de mim sem essas chapadas?
Provavelmente passava a vida entre este mundo e aquele. Quando não era por te ter à minha frente e não te poder tocar, era por estar fechada no quarto a tentar estudar contigo a atormentar-me a cabeça. O amor é fodido. É muito fodido.
Mas como já disse, o destino é pior. Podia simplesmente não te pôr mais no meu caminho, afastar-nos de vez. De uma vez por todas. Deixar-me fazer amor com outro coração cheio de amor para dar, limpo.
Mas não, tu continuas cá. O pior de tudo é quando sinto o teu cheiro. A minha vida dá uma volta de 180º. Volta ao tal dia, ao tal momento. Voltas a ter a tua sweat branca e preta, as tuas calças de ganga e a mochila preta. Eu volto a estar com aquele casaco de cabedal castanho, top branco e calças de ganga. Lá estamos nós, sentados no banco a falar sobre tudo menos sobre nós. Tentando fingir que não sentimos nada pois parece-nos ridiculo. De repente, estás a beijar-me. E eu volto-me a sentir noutro mundo. Quando te disse que ao teu lado eu voo, voo mesmo.
O cheiro passou e o dia acabou, juntamente connosco.
Gostava de me lembrar apenas do primeiro dia, daquele dia. O último… esse não interessa.

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