Estava sentada à tua frente, na mesa de jantar. Com o garfo e faca na mão, tentava comer mas o estava demasiado nostálgica. Perguntaste-me pela carta, eu fui buscá-la. Senti as minhas pernas a tremer e as bochechas quentes. No quarto, pus um pouco de blush para que tu não notasses que estava a corar mas acho que não resultou. Cheguei ao pé de ti com a carta na mão, levantei a cabeça para te ver e tu não escondes-te um sorriso meigo, que eu adoro. Estendes-te a mão e com aquela voz, a melhor voz que eu já ouvi, perguntas-te se podias ler. Disse que sim porque pensava que ias ler para ti mas não, começas-te a ler em voz alta e eu tive de controlar a minha barriga que está com um nó enorme, juntamente com o coração que batia à velocidade que eu corava, que por sinal era muito rápido. Acabas-te de a ler, sem olhar para ti suspirei. Levantaste-te e abraçaste-me. Muito devagar, levantas-te a minha cabeça e sussurras-te: gosto mais de ti do que dos meus barcos.
Se me beijas-te? Não sei, perdi-me naquele momento.

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